A decisão
do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) favorável a um usuário
que, reivindicando o "direito de ser esquecido", pedia ao Google a
remoção de determinados links, incentivou centenas de solicitações
similares na Grã-Bretanha, segundo a BBC. Mais da metade dos pedidos,
segundo a rede britânica, partiu de pessoas condenadas na Justiça.
É o caso, por exemplo, de um homem que tentou matar a própria
família. O rapaz, cujo nome não foi revelado, entrou em contato com o
Google e pediu para que todos os links que levem a reportagens sobre o
crime sejam removidos do serviço de buscas. O mesmo ocorreu com o filho
de uma celebridade condenado penalmente. Com base no direito de ser
esquecido, ele encaminhou ao Google uma solicitação para que todos os
links de matérias que relatem o caso sejam removidos dos resultados de
pesquisa permanentemente.
A decisão da Corte europeia levantou um importante debate
nos 28 países que integram o bloco. Para alguns especialistas, a
determinação põe em xeque a liberdade de acesso à informação. Viviane
Reding, comissária para a Justiça da União Europeia, por outro lado,
apoia a decisão da Justiça e afirma que "dados pessoais pertencem a
indivíduos e não às companhias."
Ferramenta – O Google, que responde por mais de 90%
das buscas on-line na Europa, é o mais afetado pelo veredicto da Corte
europeia. Segundo a Agência de Proteção de Dados de Hamburgo, a
companhia americana vai anunciar em duas semanas uma ferramenta para que
os usuários possam solicitar que links para sites nos quais são citados
sejam borrados automaticamente no resultado de uma pesquisa. A empresa
não adiantou como vai funcionar o recurso, mas as expectativas são de
que as petições aconteçam de forma similar às denúncias de infração de
direitos autorais.
A empresa do Vale do Silício também não revelou como será feita a
avaliação de cada solicitação de remoção. De acordo com a decisão da
Justiça europeia, apenas conteúdos considerados irrelevantes ou de
interesse individual podem ser excluídos das plataformas de busca. O
Yahoo!, que também oferece serviço similar na Europa, disse que está
trabalhando em soluções para atender as demandas. A Microsoft, dona do
Bing, ainda não se manifestou.
Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/mais-de-50-das-solicitacoes-de-remocao-de-links-do-google-sao-de-criminosos-condenados?utm_source=redesabril_veja&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_veja&utm_content=feed
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