Interação com o público, campanhas e mobilização estão entre as atividades realizadas pelas organizações no ambiente on-line
O uso das redes sociais on-line tem contribuído com os objetivos de
organizações sem fins lucrativos no Brasil. Essa é a avaliação que 77%
das organizações que possuem uma conta ou perfil próprio em rede social
fazem a respeito da contribuição desses canais para a realização de suas
missões, segundo a pesquisa TIC Organizações Sem Fins Lucrativos 2014.
Conduzida pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio
do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da
Informação (CETIC.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR
(NIC.br), a pesquisa é realizada a cada dois anos, desde 2012, e
investiga a infraestrutura disponível e os usos das tecnologias de
informação e comunicação (TIC) por parte de organizações brasileiras sem
fins lucrativos.
Mais da metade das organizações (61%) possuem
conta ou perfil próprio em alguma rede social, bem como blogs e fóruns,
sendo o Facebook o canal mais mencionado (53%). A TIC Organizações Sem
Fins Lucrativos 2014 aponta ainda que as ações mais comuns são
publicação de notícias (89%) ou temas relacionados à área de atuação das
organizações (86%). Atividades envolvendo algum tipo de interação com o
público também ocorrem com frequência. Responder comentários e dúvidas
de usuários, por exemplo, foi mencionado por 74% das instituições, e 64%
delas promovem campanhas de conscientização ou mobilização por meio das
redes sociais.
“A segunda edição da pesquisa confirma o papel
das redes sociais como alternativa para a presença das organizações sem
fins lucrativos no ambiente “on-line”. Isso aconteceem virtude do amplo
potencial de divulgação dessas plataformas sem a necessidade de grandes
investimentos de recursos, como é o caso dos websites. As redes sociais
possuem uma importância estratégica para essas organizações,
principalmente se compararmos com o setor empresarial, em que apenas 39%
das empresas brasileiras estão presentes nesses canais de comunicação,
como mostra a TIC Empresas 2013”, analisa Alexandre Barbosa, gerente do
CETIC.br.
Para a realização da pesquisa, foram entrevistadas
3.283 organizações sem fins lucrativos nas áreas de cultura e recreação,
educação e pesquisa, religião, saúde e assistência social,
desenvolvimento e defesa de direitos. Assim como na última edição, a
pesquisa TIC Organizações Sem Fins Lucrativos 2014 traçou um perfil
dessas instituições, indicando que estas obtêm seus recursos
principalmente de doações de pessoas físicas (54%), mensalidades e
anuidades pagas por associados (49%). As organizações têm, entre seus
públicos de atuação, jovens (52%), crianças e adolescentes (50%) e
mulheres (45%), e sua atuação acontece especialmente nas comunidades em
que estão inseridas.
Recursos e infraestrutura TIC
Embora o
computador e a Internet ainda não sejam recursos tecnológicos
universalizados no ambiente das organizações sem fins lucrativos (apenas
75% e 68% das organizações os utilizam, respectivamente), a pesquisa
mostrou um cenário estável no interior das organizações brasileiras
desde 2012. Questões que envolvem custo e infraestrutura são os motivos
mais mencionados. Quando se fala do uso de computador, 60% das
organizações disseram não possuir tal ferramenta devido ao alto custo de
aquisição ou manutenção. Já no caso da Internet, 60% das organizações
acusaram o custo de conexão e 42% a falta de infraestrutura de acesso
como motivos para não utilizá-la.
Ainda há uma parcela de
organizações que são usuárias de computador, mas não possuem
equipamentos próprios, o que sugere que, em muitos casos, o trabalho é
realizado com os equipamentos pessoais de seus membros. Essa diferença é
ainda mais evidente entre as organizações pequenas, sem pessoas
remuneradas. Embora 57% delas tenham afirmado que usam computador,
somente 30% possuem este equipamento. O uso de Internet também é menor
entre as organizações de menor porte: 48% das organizações sem pessoal
ocupado afirmaram utilizar Internet, enquanto 87% nas organizações com 1
a 9 pessoas ocupadas e 85% naquelas com mais de 10 fazem uso da rede.
Contribuições e barreiras no uso das TIC
A pesquisa também investiga a percepção das organizações brasileiras
sem fins lucrativos com relação às contribuições que o uso das TIC pode
trazer para questões administrativas e processos internos. Para 51%
delas, as TIC contribuíram muito para aumentar a agilidade na realização
de suas tarefas, enquanto 45% mencionam melhora na comunicação interna.
As organizações citaram em menor medida a contribuição das TIC para a
redução de despesas (30%) e aumento de captação de recursos (19%).
Para mais informações sobre a pesquisa TIC Organizações Sem Fins Lucrativos 2014, acesse http://cetic.br/.
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